MONTEIRO LOBATO


























QUEM FOI MONTEIRO LOBATO ?



O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos, José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP). Cresceu numa fazenda, se formou em direito sem nenhum entusiasmo, já que sempre quis ser pintor! Desenhava bem! Quando estudante, participou do grupo "O Cenáculo" e entre risadas e leituras insaciáveis, escreveu crônicas e artigos irreverentes. - Em 1907 foi para Areias como promotor público, casou com Maria Pureza com quem teve três filhos. Entediado com a vida numa cidade pequena, escreveu prefácios, fez traduções, mudou para a fazenda Buquira, tentou modernizar a lavoura arcaica, criou o polêmico "Jeca Tatu", fez uma imensa e acalentada pesquisa sobre o SACI publicada no Jornal O Estado de São Paulo. - Em 1918 lançou, com sucesso, seu primeiro livro de contos URUPÊS. Fundou a Editora Monteiro Lobato & Cia, melhorando a qualidade gráfica vigente, lançando autores inéditos e chegando à falência. - Em 1920 lançou A MENINA DO NARIZ ARREBITADO, com desenhos e capa de Voltolino, conseguindo sua adoção em escolas e uma edição recorde de 50.000 exemplares. - Fundou a Cia Editora Nacional no Rio de Janeiro. Convidado pra ser adido comercial em New York ficou lá por 4 anos (de 1927 a 1931) fascinado por Henry Ford, pela metalurgia e petróleo. Perdeu todo seu dinheiro no crash da bolsa. - Voltou para o Brasil, se jogou na Campanha do Petróleo, fazendo conferências, enviando cartas, conscientizando o país inteiro da importância do óleo. Percebeu, então, o quanto era conhecido e popular. Foi preso! Alternou entusiasmo e depressão com o Brasil. - Participou da Editora Brasiliense, morou em Buenos Aires, foi simpatizante comunista, escreveu para crianças ininterruptamente e com sucesso estrondoso, traduziu muito e teve suas obras traduzidas. - Morreu em 4 de julho de 1948 dum acidente vascular. - Suas obras completas são constituídas por 17 volumes dirigidos às crianças e 17 para adultos englobando contos, ensaios, artigos e correspondência
















IMPORTÂNCIA LITERARIA DE MONTEIRO LOBATO NO BRASIL


A indústria do livro no Brasil começa em 1918 pelas mãos do "caboclinho de Taubaté". Não contente em escrever páginas das mais belas da literatura brasileira, ele mesmo resolve editá-las. Mas vender onde? Escreve uma carta circular, que envia aos quatro cantos do país, para desencovar compradores, mediante venda por consignação. E prossegue a luta em defesa do livro, escrevendo artigos exigindo a isenção de impostos para a importação de papel.

Na literatura infantil, chegou aos píncaros de Andersen. Impressionado ao ouvir de um amigo o relato de um peixinho que saíra do mar e, ao voltar para os seus pagos, desaprendera a nadar, morrendo afogado, Lobato senta-se à máquina e escreve a história do casamento da Menina do Narizinho Arrebitado com o Príncipe Escamado, no Reino das Águas Claras. Páginas de alta poesia, como a descrição do vestido da noiva, tecido por Dona Aranha, com os peixinhos vivos, multicoloridos e cambiantes do mar. Mas o "Andersen da América Latina", teve seus livros queimados durante o Estado Novo, num verdadeiro auto-de-fé. Lobato transcende, e muito, os círculos meramente literários. Enquanto o movimento modernista eclodia na São Paulo provinciana de 1922, Lobato continua, no livro Problema Vital, a luta de Oswaldo Cruz pelo saneamento básico; escreve Mr. Slang e o Brasil, verdadeiro manual de economia; dá conferências em vários estados sobre o ferro e o petróleo. Entusiasmado com o progresso dos Estados Unidos, onde durante quatro anos fora adido comercial, Lobato acredita que só o caminho do subsolo redimiria o Jeca e tiraria o país do estado "cocainizado", onde a "mentira crônica" o levara. O ferro produz a máquina que o petróleo movimenta. Encampa a tese de Washington Luís de que "governar é abrir estradas" e trava luta memorável contra os sabotadores do petróleo nacional, registrada no livro O escândalo do petróleo, de 1936.


CARACTERISCAS LITERARIAS DE MONTEIRO LOBATO



Na sua maior parte, a obra de Monteiro Lobato é o resultado da reunião de textos escritos para jornais ou revistas. Comprometido com as grandes causas de seu tempo, o criador do Jeca Tatu engajou-se em campanhas por saúde, defesa do meio-ambiente, reforma agrária e petróleo, entre outros temas que continuam atuais. Ele arrebatava o público com artigos instigantes, que hoje, vistos de longe, constituem um precioso retrato de época, um painel socioeconômico, político e cultural do período. Dono de estilo conciso e vigoroso, com forte dose de ironia, utilizava uma linguagem clara e objetiva, compreensível ao grande público. Lobato revelou o mundo rural, então ignorado pelos escritores de gabinete que ele tanto criticava. “A nossa literatura é fabricada nas cidades”, dizia, “por sujeitos que não penetram nos campos de medo dos carrapatos”.






















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